Na rede

sábado, novembro 08, 2008

1º Festival Internacional de Arte e Mídia – FAM, na UnB

Fui convidado pelo colega Daniel Hora para participar da mesa de debates Arte, Educação e Tecnologia, no tema Cibercultura, do 1º Festival Internacional de Arte e Mídia, na UnB. Faz algum tempo que não tenho a oportunidade de falar para público acadêmico, e particularmente neste momento, senti necessidade de exercitar a reflexão sobre Cultura Digital.

Achei que fazia sentido começar falando do Xemelê enquanto iniciativa de utiização prática dos conceitos, ilustrando a abordagem focada no fomento a uma "cultura de uso" das possibilidades da convergência digital e do uso interativo da rede.

É aí me pareceu fundamental introduzir o que considero ser as premissas da Cultura Digital enquanto conceito de referência para a formulação de políticas públicas de inclusão digital: (1) o impacto inegável da Internet na cultura, em variados sentidos; (2) a grande vantagem que iniciativas de caráter público tem ao fazer uso da web como plataforma; (3) o uso das tecnologias digitais e da comunicação via rede sobre temas da cultura acelera a apropriação e a compreensão das transformações em curso na era da informação; e (4) é estratégico que sejam exploradas as possibilidades de usos inovadores e novas modalidades de participação na rede antes que sejam criados constrangimentos penais para os usuários.

Entre apresentações como "Arte Hacker e o Ciberfeminismo" da Profª Maria de Fátima Burgos, e "Ruído, Desvio e Produção Colaborativa: Estética Relacional e Hacktivismo" do Daniel Hora, me senti à vontade para contar do que estamos fazendo no MinC em relação a este tema tão virtual, e ao mesmo tempo tão presente e concreto que é o ambiente digital. E a resposta da audiência também foi muito positiva.

Foi importante poder lembrar os presentes do ativismo necessário à manutenção das possibilidades abertas e das liberdades e direitos civis no ambiente digital. Deve acontecer nesta próxima semana a audiência pública na Câmara dos Deputados sobre o substitutivo ao PL 89/2003, mais conhecido como 'Lei Azeredo'. O projeto pretende tipificar condutas ilícitas na rede, mas tem causado enorme controvérsia na medida em que inúmeros especialistas têm listado exemplos de ações triviais que estariam sob risco de serem enquadradas como crimes caso a lei seja aprovada. Será que vamos conseguir mobilizar os interessados em manter a rede aberta e neutra?

Segue abaixo os slides da apresentação realizada.




Participação na mesa Arte, Educação e Tecnologia, tema Cibercultura

terça-feira, novembro 04, 2008

Latinoware 2008 em Foz do Iguaçu, e Matt Mullenweg

Depois de muitos anos -- havia visitado quando criança -- retornei a Foz do Iguaçu, desta vez para apresentar o "Xemelê" no LatinoWare 2008.  Evento impressionante, tanto pela quantidade e qualidade do público presente (4.000 entusiastas do software livre de Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) quanto pela extensa programação -- 12 horas diárias ininterruptas de apresentações, mini-cursos e reuniões dos coletivos.


É notável que tal empreendimento seja realizado pela Itaipu Binacional, e aconteça no Parque Tecnológico que fica dentro da usina, em território binacional. A articulação da organização, tocada pelo incansável Frank Alcântara 2.o, me pareceu bastante consciente e sensível, e teve papel importante no sucesso do evento.

Só não deu para entender aquela palestra de encerramento, da Novel com a Microsoft, falando sobre 'bridges'. Nada contra a Novel com a Microsoft vir falar sobre 'bridges' em um evento de software livre. Absolutamente tudo contra deixar a platéia de simpatizantes do SL impossibilitados de sair do evento antes da realização da mesma. E com fome, pois a dita cuja começou às nove da noite (terminou depois das 10) e o único local de lanche no PTI havia fechado às 5 por absoluta falência do respectivo estoque. Isto para uma jornada acontecida em um sábado que começou no ônibus do hotel para a usina às 8 da manhã... Francamente, não entendi a proposta.

Matt Mullenweg e a galera WordPress

Para nós do MinC, uma atração à parte no evento era a presença do Matt Mullenweg, fundador do WordPress, e um dos caras que tem barbarizado na implementação do modelo de negócio do open source. E também a reunião da galera que ativa a formação da comunidade WordPress.br, Cátia Kitahara e turma (foto) [Vamos fazer o WordCamp, galera!!]. Vale também registrar a grata presença, em Foz, do dPádua -- um dos responsáveis pela gestação do conceito Xemelê no MinC.

Foi bem legal ter a oportunidade de conversar com o Matt, ver ele mostrar todo animado os features da versão 2.7 que está no forno, e também poder falar do Xemelê e da experiência que estamos tocando com WordPress no ministério. A deixa para o assunto foi quando Matt dizia da percepção dele sobre a evolução do foco do desenvolvimento da comunidade rumando dos 'plugins' para os 'themes', o que de certa forma descreve o que estamos compartilhando no Xemelê. 

O Guilherme Aguiar filmou (e tirou as fotos acima) e eu legendei lá no dotsub, para quem quiser conferir abaixo, vai o vídeo em que tento explicar para o Matt o que WordPress tem a ver com Xemelê.