Na rede

quinta-feira, setembro 16, 2004

Pontos de Cultura
- Do-in antropológico via massageamento cultural

O chefe, Ministro Gilberto Gil, juntamente com o ministro do trabalho, Berzoini, e também o Antônio Albuquerque (Gesac - Minicom), acabam de apresentar em coletiva de imprensa o resultado do processo seletivo que elegeu os projetos de inclusão digital e promoção cultural integrantes da primeira fase do projeto Pontos de Cultura - Cultura Viva. São 214 iniciativas (entre 800 enviadas) espalhadas por todo o país contempladas com as diferentes dimensões do projeto:

  • Repasse de recursos em dinheiro no valor de R$ 150.000,00 por ponto (período de 2 anos e meio - R$ 5.000,00 por mês);
  • Kit de Cultura Digital (equipamentos com software livre e acesso à internet, para produção e edição multimídia) Custo estimado: R$ 25.000,00;
  • Oficinas, cursos, acompanhamento, intercâmbio e instigação via os meios de difusão do Cultura Viva;
  • Xemelê - Plataforma web de distribuição - Compartilhamento das produções simbólicas e conhecimento tecnológico, gerados pela ação autônoma em rede dos pontos de
    cultura.a rede

Sou suspeito para falar do projeto, pois acompanho a galera que vem malhando em cima dos conceitos há algum tempo, mas hoje foi o dia de dar nó na garganta. Ouvir o Célio Turino (grande figura, secretário de Programas e Projetos Culturais do MinC) falar sobre o projeto lavou a alma de quem vem sofrendo com os obstáculos burocráticos e institucionais típicos quando se trata de experimentar modelos inovadores no âmbito governamental (alô Claudio Prado!). Parece que REALMENTE É POSSÍVEL!!

O ministro Berzoini (trabalho e emprego) compareceu trazendo a notícia da parceria acertada com o MinC para a implementação de cinco mil bolsas do programa Primeiro Emprego – 50 bolsas para cada Pontos de Cultura. Cada jovem contemplado receberá R$ 150,00 ao longo de seis meses ou seja, R$ 900,00 ao todo. E o Gesac do ministério das comunicações entra garantindo a infraestrutura de conexão.

Para encerrar, o ministro Gil foi breve ao descrever as "sinergias intermináveis" que podem acontecer a partir do momento que estes espaços massageados comecem a liberar a energia produtiva reprimida pelo esquecimento social, e saudou o envolvimento interministerial que já começa a acontecer desde já. Arrematou comentando que já era chegada a hora de, neste País, se "baratear o que é caro" (subsidiar tecnologia de ponta - e livre - para produção cultural na periferia), e "encarecer o que é barato" (potencializar, dar visibilidade e viabilidade à real cultura brasileira ).

...clarear caminhos, abrir clareiras, estimular, abrigar. Para fazer uma espécie de ‘do-in' antropológico, massageando pontos vitais, mas momentaneamente desprezados ou dormecidos, do corpo cultural do país ...
Será o espaço da experimentação de rumos novos. O espaço da abertura para a criatividade popular e para as novas linguagens. O espaço da disponibilidade para a aventura e a ousadia. O espaço da memória e da invenção
”.
Célio Turino (grande figura, secretário de Programas e Projetos Culturais do MinC)

PS: lembrando Preto Ghoez... na última reunião neste mesmo auditório, cá estava ele... creio que esteve hoje aqui novamente.