Na rede

sexta-feira, fevereiro 28, 2003

Aí vem o Ev
- Ficou esquisito o título mas é isso mesmo.

Quanto abri meus referrals
stats
hoje dei de cara com uma entrada por link do blog
do EV
an "Blogger/Google"
Williams, que remete para o The
Blogger-Google F.A.Q
. É a blogada mais esperada das últimas
duas semanas, quem não vai linkar?
E lá tem também uma página dando toques sobre layout
em CSS.
Legalzão! Só achei estranho o Ev ter entrado na minha
lista de referrals - será um novo tipo bloogggle de spam? Acho
que já tinha ouvido falar disso.... Funciona bem! Será que foi
isso? Pode ter sido o link do NextBlogSpot...
maybe.

quarta-feira, fevereiro 26, 2003

FCC e Anatel
- Como (des)regular o mercado de acesso a Internet

A questão da regulamentação das telecomunicações
no que se refere ao acesso à Internet têm sido objeto de muita
argumentação e disputa em todo o mundo. Ainda na semana passada
o FCC americano votou
um conjunto de regulamentações
, o qual foi considerado
incoerente
pelo próprio Chairman da comissão, Michael Powell.
Tentar entender agora o que se passa no contexto norte-americano pode ajudar-nos
a antecipar situações futuras do nosso mercado.


Está claro que as entidades que se fazem representar no FCC, incluindo
as chamadas baby "Bells" (Verizon, BellSouth, SBC e Qwest), telecoms
de atuação regional, e as grandes AT&T e Worldcom, assim como
as empresas do setor de tecnologia (que no caso também se dividem em
fornecedores de software, de hardware, e provedores de serviço de acesso),
como no Brasil, não estão conseguindo chegar a um acordo sobre
como repartir o mercado.


Arrisco afirmar que a maioria destas empresas ainda não entenderam bem
a dinâmica da Internet, e por terem dificuldade de conceber o próprio
espaço no cenário futuro do mercado de acesso, ficam paranóicas
e batendo cabeça no intenso lobby sobre as instâncias reguladoras,
gerando normatizações
incoerentes
que terão como resultado entupir os tribunais de questionamentos
legais nos próximos meses. O sindicato dos lobistas e dos advogados só
têm a agradecer.


Aqui no Brasil estamos por aguardar a consolidação da Consulta
417
pela Anatel,
e bom seria se os responsáveis pelos resultados do processo estivessem
acompanhando de perto a bagunça que o FCC está causando por lá,
e tentassem evitar a possibilidade da Anatel repetir a lambança por aqui.
Rogério
Gonçalves
no Observatório
dá as últimas informações sobre o processo, colocando
esperanças numa melhora da formação do Conselho Consultivo
da agência, que hoje tem vários membros que também são
dirigentes de telecons(!). Assim dá até para dispensar o lobby...







O fenômeno wireless

the last mile


No momento existe um fator que precisa ser incluído com urgência
na presente discussão - a tecnologia
wireless como solução
para a conexão final da Internet
aos usuários. A Lei
de Moore
determina que a tecnologia de pacotes do protocolo Internet irá
dominar o mercado de telecomunicações, eliminando o protocolo
de circuitos das linhas telefônicas que utiliza ineficientemente o espectro.
A novidade é que a mesma lei agora começa a ter impacto no uso
do espectro wireless. Como?


O modelo tradicional funciona hoje alocando bandas de espectro de rádio
para usuários particulares, como por exemplo, os canais de televisão.
O novo modelo
propõe a livre utilização do espectro (Open
Spectrum
), deixando que a aumentada capacidade dos modernos receptores selecionem
as mensagens. Tais receptores irão aumentar a eficiência das bandas
de espectro valendo-se do desenvolvimento contínuo de sua capacidade
de processamento. Adivinhe qual modelo será diretamente alavancado pela
Lei de Moore?


Visão de futuro:
hoje estou conectando
pontos de acesso
wireless aqui na minha comunidade para compartilhar uma
conexão banda larga via cable modem. Imagino que rapidamente este modelo
de acesso irá dançar, e eu estarei conectado diretamente a uma
rede wireless local (pública, comercial ou comunitária), e esta
se ligará diretamente a um transmissor acoplado no backbone da Internet.
Tecnologias que indicam
este caminho
para o acesso dos usuários finais estão surgindo
a cada instante. Quem sabe a minha pequena rede não é o embrião
da organização quer irá reunir os usuários finais
do vale onde moro em um projeto comunitário
mais amplo
, que irá se ligar diretamente ao backbone da rede se utilizando
das facilidades do modelo de espectro
aberto
?


A rede de comunicação do futuro terá, ao que tudo indica,
um esqueleto de cabos e uma pele wireless.

sexta-feira, fevereiro 21, 2003

WiFi na veia
- Lições práticas e visão de futuro


Hoje instalei mais um nó na rede wireless (WiFi)
que estou montando na minha comunidade. Foi impossível não perceber
uma sensação de estar realizando algo muito significativo, que
terá grandes repercussões no futuro. Estamos disponibilizando
um acesso broadband e iniciando experiências de trabalho colaborativo,
preparados para distribuir 6 pontos de acesso wireless e 4 wired, além
de criar um hotspot de acesso free em pleno cerrado brasiliense. A antena ainda
é pequena, mas a idéia é estar expandindo o alcance da
rede e provomendo a adesão de todos os moradores do vale (vide foto),
que avista a capital à distância. Espero poder estar compartilhando
sobre a experiência com o povo que acompanha o Ecologia
Digital
.


Um dos postos avançados na estratégia mundial de ocupação
wireless é a nycwireless,
organização comunitária que integra as iniciativas locais
de disponibilizar acesso à Internet público e gratuito na área
metropolitana de Nova Iorque (veja
a cobertura
), e que também promove um forum
de discussão para "assuntos wireless" e suporte ao desenvolvimento
de pontos de acesso. Seria o modelo a seguir no plano de expansão.


Mais especificamente em Manhattan, a MNN (Neighborhood
Network)
sedia um TV
lab
e está "inventando" o wireless
broadcast
, que busca romper com o formato clássico (e caro) de produção
de TV possibilitando a transmissão de locais remotos para a rede TV a
cabo ou satélite, promovendo alternativas criativas de programação
partindo de uma rede
P2P
. Os primeiros testes já mostraram êxito em divulgar para
os participantes da rede imagens das manifestações contra a invasão
do Iraque do último dia 15, as quais foram ignoradas pelos big players
da mídia em solo americano.


Isso é revolução!! Segura a onda aí que lá
vem repressão.

domingo, fevereiro 16, 2003

15/02/2003 - PAZ
Enquanto isso, na rede...

Enquanto rolava o "Live
from the Blogosphere
", e o Ev
anunciava que o Google estava fechando
a compra do Blogger (Pyra
Labs
), milhões de pessoas saíam às ruas para reafirmar
o desejo de paz. É tão bonito e significativo que tem que ficar registrado. Mas,
voltando ao Blogger, a notícia da aquisição é muito
significativa para o novo ciberespaço e a análise terá
que ser mais aprodundada. Por agora, deixo um link
paranóico
com argumentações sobre se o Google merece
o título de Big Brother do Ano, direto do GoogleWatch. Veja também artigo do Dan Gilmour sobre o assunto.

UPDATE 3: Doc, como sempre, traduz nossos anseios sobre o tema.




Madri - 2 milhões de pessoas





















Londres





Paris



Nova Iorque





Berlim


Roma





No Rio, foi meio fraco.

Assim como em Brasília, a chuva atrapalhou.


A maior manifestação já vista em Londres




Barcelona




Enqanto isso, no Iraque...



UPDATE: muito mais imagens do dia 15 aqui.

UPDATE 2: NYTimes: "How the protesters mobilized".

terça-feira, fevereiro 11, 2003

Internet Gratuita
Quem tem razão?

Desde a
última postagem vinha eu a pesquisar sobre o imbróglio
nebuloso em que se transformou a questão da Internet Gratuita
na mídia brasileira. Tudo começou com os ataques
explícitos do UOL
, que certamente devem ter sido precedidos
por algumas pressões endógenas que resultaram na Consulta
Pública 147
da Anatel
(Proposta
de Regulamento para Uso de Serviços e Redes de Telecomunicações
no Acesso a Serviços de Internet
), a qual já produziu
as devidas
respostas
. A remessa de manifestações sobre a consulta
foi tão grande que o prazo de recebimento teve
que ser prorrogado
para o próximo dia 15, o que mostra como
as decisões sobre o tema "acesso à Internet"
são importantes e merecem a atenção da sociedade.


O que é
interessante observar, conforme destaca
Renato Cruz no Estadão
(o ótimo diagrama abaixo também
é da matéria do Estadão), é que apesar do
racha da Abranet (que ainda
publica em word
na rede!! vai ser anti-ecológico assim...) e da criação
do Comitê Nacional de defesa do modelo gratuito
, os maiores
provedores do Brasil têm operadoras de telecomunicações
como acionistas, independente de oferecerem acesso gratuito ou pago.
O iG tem a Telemar; o iBest, a Brasil Telecom; o Terra e o iTelefônica,
a Telefônica; e o UOL, a Portugal Telecom.


Existe
portanto um ponto de convergência: os provedores gratuitos defendem
que a Anatel
regulamente o compartilhamento de receitas, medida permitida em países
como a Inglaterra
e a Argentina
, e os provedores pagos acreditam que a medida poderia
melhorar as condições de mercado de acesso em geral, se
a alternativa não ficasse restrita a umas poucas empresas de
acesso grátis.


Para a
Anatel, o repasse
a terceiros da receita de telefonia fixa é proibido por lei.
Segundo a visão expressa pelo Superintendente de Universalização
da agência, Edmundo Matarazzo, se existe espaço para o
repasse o que deveria ocorrer seria a redução da tarifa
para o cliente final. Mas até aí nada está sendo
feito por parte da agência reguladora para incentivar a democratização
do acesso à rede, questão estratégica para o País.


Esta semana
o assunto continua quente com movimentações do
Comitê
e da
Abranet
. Como ressalta Luiz
Egypto no Observatório
, "no fundo da questão
está o acesso universal e democrático à internet
e às suas conhecidas possibilidades de produção
e difusão do conhecimento. Na superfície do debate, o
tráfego de telefonia e sua tarifação
".


Alberto
Dines
, também no Observatório,
levanta aspectos interessantes que explicam porque os veículos
de comunicação tem se comportado de forma tão estranha
em relação ao assunto. Enquanto a mídia impressa
revela-se distante, e por outro lado comprometida com uma das posições
(alguns veículos impressos são parceiros dos provedores
"tradicionais" de acesso pago), a mídia eletrônica
preocupa-se com o avanço das empresas de telecomunicações
no mercado de disponibilização conteúdo. Nesse
quadro fica clara a posição dos impérios midiáticos
em impedir a urgente e necessária democratização
do mercado de comunicação.


Nós
aqui, partindo
de uma visão ecológica digitalmente, sabemos a importância
do modelo gratuito neste momento de difusão das possibilidades
do ambiente digital. Com base nesta visão, e analisando as posições
dos envolvidos, parece difícil neste momento imaginar que o negócio
de acesso tenha sentido sem estar associado a uma operadora de telecomunicações,
e portanto, a bola está com a Anatel em regulamentar o mercado
de forma inteligente, e não movida a pressões. Quanto
ao medo pânico da grande mídia em relação
à perda de poder, o resultado é esse - desinformação
para a sociedade. Como diz o Alberto:



"Indispensável
um mínimo de regulamentação – a própria
velocidade da tecnologia o impõe. Mas esta regulamentação
não pode restringir-se apenas à área da internet
e internet grátis deixando-se o resto como está. O sistema
informativo brasileiro, como um todo, precisa ser avaliado. Está
na hora de examinar em profundidade a questão intocada da "propriedade
cruzada" dos meios de comunicação num determinada
cidade ou região e seus efeitos perniciosos na diversificação
das fontes. A questão da concentração da mídia
no país não pode ser segmentada ou enviesada, regulamentando-se
um setor e deixando-se os demais na mesma condição em
que se encontram há algumas décadas. O debate ora iniciado
sobre a internet gratuita em algum momento terá que ser complementado
na mesa de negociações. Nenhuma das partes quer perder

vantagens. Nem a sociedade."